domingo, 24 de abril de 2005

Ao Vento

Solto ao Vento da madrugada

Um infinito grito de dor,

Proclamo o esplendor

Do sentimento que me tem amarrada.

Escusos traços de cor,

Rasgões de memória atormentada

Que negam a cilada

Em que desfaleci envolta em torpor.

Chamei por ti,

Chorei por ti,

Por ti eu caí

Num infinito céu,

Um mar sem um ilhéu

Onde pudesse resistir.

A maré arrasta-me,

Deixo-me levar

Por ti,

Apenas por ti.



Sussurado pelo Enigma
Desconheço o Autor

QUERO

Quero algo, quero nada,
Talvez calma.
Quero um sorriso,
Uma esperança, um passado
Perdido, escondido em ti.
Espero e desespero por algo,
Talvez nada.
Quero um sinal
Da tua alma ausente
Que longe me mantém incerta
E presente me desinquieta.
Conheci-te na bruma dos tempos
Perdidos nas memórias de verão,
Encontrados por detrás
Das grades da minha prisão.
Ilusão.
Foste uma ilusão?
Tento encontrar, sem achar,
Quero gritar, sem conseguir,
Ao vento norte
Que sopra forte e te afasta.
Em tempos conheci-te,
Desconhecido.



Sussurado pelo Enigma
Desconheço o Autor

Apenas digo Não

Apenas digo Não
Negando somente tudo
Em mim existente,
Sem qualquer razão.
Procuro no ar, em ti
Busco o porquê da solidão
Contida em mim, mas em vão,
Somente um Não me respondi.
Nego para fugir, fingir
Que sou forte perante a multidão
Tirana que me sufoca a emoção,
Que me renega o sentir.
Apenas o digo, apenas
Para esconder o meu Ser,
Encobrir o padecer
Ofuscando minhas penas.
Nego tudo, procuro a razão,
Resisto, desisto, insisto
Num sonho seguro, revisto
No eterno negar,
No eterno afirmar do Não.


Sussurado pelo Enigma
Desconheço o autor