domingo, 25 de setembro de 2005

Teu poema

A boca entre os olhos

Olhos castanhos
Olhos estranhos
Olhos que eu olhei

Boca bonita
Boca vivida
Boca que eu não beijei

Olhos escuros
Olhos maduros
Olhos que eu naveguei

Boca serena
Boca suprema
Digna de um rei

Olhos incertos
Olhos espertos
Olhos que eu foquei

Boca talhada
Boca tarada
Boca que eu desejei

Olhos profundos
Olhos do mundo
Olhos que eu inventei

Boca insana
Boca profana
Boca que eu gozei

Olhos que calam
Olhos que falam
Através do olhar

Boca sapeca
Boca “muleca”
Que vontade beijar

Olhos que afligem
Olhos que fingem
Não sentir dor

Boca esculpida
Boca despida
De todo pudor

Olhos risonhos
Olhos tristonhos
Que tu queres esconder?

Boca bendita
Boca maldita
O que eu vi em você?

Olhos que me ferem
Olhos que me querem
Ao alcance da mão

Boca sadia
Boca vadia
É toda tesão

Olhos que me cobiçam
Olhos que me enfeitiçam
Não posso mais olhar

Boca tão macia
Boca que vicia
Não devo mais beijar


Fim